quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Deputado Júlio presta homenagem a Airon Rios


              O corpo do ex-deputado Airon Rios foi sepultado ontem à tarde, no cemitério Morada da Paz, Paulista. Ele foi velado durante a manhã desta terça-feira (14), no Plenário da Assembleia Legislativa. Rios morreu na última segunda, devido a uma infecção pulmonar. Ele exerceu dois mandatos de deputado estadual e quatro como  federal, e foi secretário na gestão do ex-governador Roberto Magalhães.

Durante a reunião plenária dessa terça (14), realizada no auditório da Casa, os deputados fizeram um minuto de silêncio em razão da morte do ex-deputado. O deputado estadual Júlio Cavalcanti (PTB) prestou solidariedade à família de Airon Rios. Ele afirmou que o político foi um homem de visão, que trouxe mais dignidade para o povo do Sertão do Moxotó. O deputado lembrou que Rios teve uma atuação pioneira em Arcoverde, sendo um dos fundadores da antiga Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, hoje AESA. 

Airon Rios ainda foi responsável pela vinda das escolas Carlos Rios e Industrial, pela instalação do IPSEP e também pela vinda do 3º BPM para Arcoverde.

Histórico - Integrante da ala mais conservadora da política pernambucana, Airon Rios iniciou a carreira na Assembleia Legislativa, onde exerceu dois mandatos consecutivos (1963-67 e 1967-71), primeiro pela antiga União Democrática Nacional (UDN) e posteriormente pela Aliança Renovadora Nacional (Arena).

Nascido no Recife, ele foi criado em Arcoverde, no Agreste, onde estabeleceu suas bases eleitorais mais sólidas. Embora pertencesse ao bloco partidário que dava sustentação ao regime de exceção, Airon Rios se notabilizou por ter sido um dos poucos deputado estaduais governistas a contestar a cassação do então governador Miguel Arraes, em 1º de abril de 1964.

Mesmo diante da forte pressão dos militares, ele votou contra o projeto de resolução apresentado na Casa, que declarava vago o cargo de governador, já preso em Fernando de Noronha, e empossava o vice, Paulo Guerra, ligado ao regime. Junto com ele, o então udenista Sílvio Pessoa também se opôs à cassação.

Em 1970, ainda na Arena, Airon Rios conquistou o primeiro dos seus quatro mandatos consecutivos de deputado federal. Era a época dos Anos de Chumbo, e o Congresso Nacional, fechado em dezembro de 1968 pelo Ato Institucional nº 5, havia sido reaberto em outubro de 1969, pouco antes do pleito. Integrante do bloco governista, ele travou vários embates na Casa com adversários do regime, inclusive com parlamentares conterrâneos filiados ao antigo MDB, partido da oposição, como Fernando Lyra e Fernando Coelho.

Com o fim do bipartidarismo, a Arena foi extinta e seus integrantes filiaram-se ao Partido Democrático Social (PDS), de base governista, pelo qual Airon Rios renovou sua permanência na Câmara Federal no pleito de 1982. Logo depois, porém, faria uma pequena pausa nas atividades legislativas para assumir por alguns meses a Secretaria Estadual de Desburocratização, criada pelo então governador Roberto Magalhães (PDS). Após concluir o quarto mandato, em 1986, não conseguiu a reeleição e aposentou-se da política.


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