Aumentar salários todo mundo gosta. Reajustar despesas todos detestam e muitos protestam. É o que vem fazendo um pequeno segmento dos estudantes, diga-se de passagem, liderado por um estudante que não paga mensalidade, contra a direção da AESA, a Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde. Antes de mais nada, nem foi a direção do CESA - Centro de Ensino Superior de Arcoverde, nem da AESA que aumentaram os valores das mensalidade em 20% a partir de janeiro de 2011. O reajuste foi feito pelo Conselho Deliberativo, onde estão representados professores, funcionários, direção e estudantes. Lá, eles, os conselheiros, decidiram aumentar os salários dos servidores em 20% e em 15% os vencimentos dos professores. Foi aí que descobriram que precisavam definir de onde viria o dinheiro para pagar esta bondade aos professores que há 02 anos não tinham aumentos, assim como as mensalidades.
Bem, o dito líder estudantil foi um dos que participou e assinou a ata de aprovação dos aumentos. Para quem não sabe, a AESA não recebe um tostão do município. Assim como uma empresa privada, uma Favip, Católica ou mesmo um colégio Cardeal da vida, depende exclusivamente das mensalidades de seus alunos para pagar as contas de luz, água, limpeza, servidores, professores, direitos trabalhistas e fazer as reformas e mellhorias. As mensalidade da maioria dos cursos da AESA são equivalentes ao de um curso de 2º grau do Cardeal, por exemplo. Enquanto a mensalidade de enfermagem na AESA é pouco mais de R$ 435, em Belo Jardim ultrapassa R$ 600. Ao conceder o aumento a servidores e professores, ao que parece, os representantes dos estudantes esqueceram deste detalhe. Alguém tem que pagar pelos reajustes salariais, pela colocação de ar no auditório, pela coberta das salas de aula, pela manutenção da instituição, etc. E, o único que paga é o aluno.
Trazer para rua políticos fadonhos, desprezados pelas urnas, que só vivem à sombra da ignorância política para brincar de "líder estudantil" ultrapassado não vai nem reduzir as mensalidades, nem melhorar a qualidade do ensino da AESA. Muito pelo contrário, vai demonstrar o quanto se brinca com a educação no município. Votam e assinam um documento numa reunião de um conselho e depois vão às ruas dizer que são os mocinhos, Ainda acham pouco e colocam protótipos de comunicadores para defender o não pagamento das mensalidades. Taí uma grande ideia: caso aprovassem a proposta "inteligentíssima" defendida em blogs da vida, poderíamos realmente coroar os "novos" e "arcáicos" líderes estudantis como os grandes fundadores da nova máxima econômica mundial: para toda despesa, nunca deverá haver uma receita. "Queimem seus carnês e enterrem a faculdade de Arcoverde" seriam o grande lema dos que ainda não aprenderam separar a derrota das urnas com a vida real que tem que seguir em frente, mesmo que alguns não queiram.
Que protestem, que esbravegem, mas que também apresentem a fórmula mágica de se criar despesas sem dizer quem vai pagá-las. Os jovens, os verdadeiros jovens, aqueles que estudam, que buscam um lugar no mercado de trabalho e que sabem o valor real do custo de vida nunca devem perder sua rebeldia. Ela deve estar sempre pronta para defender a qualidade no ensino, a melhoria da educação e nunca a defesa de privilégios ou privilegiados, muito menos para transformar a educação em trampolim político para alguns desprezados pelas urnas. Protestar contra aumentos é justo? Justíssimo! Mas, e contra os aumentos de salários dos professores e funcionários quem vai protestar?
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