O
corpo do ex-ministro da Justiça Fernando Lyra vai desembarcar no Aeroporto do
Recife às 10h desta sexta-feira (15). O ex-deputado faleceu às 15h50 (horário
do Recife) desta quinta, no Instituto do Coração, em São Paulo, em decorrência
de falência de múltiplos órgãos.
Do
aeroporto, ele segue para a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na
Boa Vista, área central do Recife. O velório está previsto para começar a
partir das 12h, no Plenário da casa Joaquim Nabuco e será aberto. O corpo
permanecerá na Alepe até as 16h, quando segue para o sepultamento no Cemitério
Morada da Paz, no município de Paulista, na Região Metropolitana do Recife. O
enterro também será aberto.
Durante
todo o dia, vão passar para se despedir do Fernando Lyra familiares, amigos e
políticos das mais variadas correntes. Desde esta quinta, o governo do Estado
decretou três dias de luto oficial.
Portador
de uma cardiopatia grave – implantou sete pontes de safena e mamária e tem um
marcapasso –, ele foi internado em 29 de dezembro no Real Hospital Português
para tratar de uma infecção urinária. Uma semana depois, no dia 5 de janeiro,
foi levado em uma UTI aérea para o Incor, em São Paulo. Daí por diante o seu
estado só se agravou, até que, no dia 11 do mesmo mês, foi levado para a UTI.
Nos
últimos dias o quadro se tornou crítico. Ele foi entubado e passou a respirar
com a ajuda de aparelhos até não resistir mais.
História - Fernando Lyra, testemunha e
participante de momentos cruciais da política estadual e nacional. Foi um dos
principais atores da redemocratização brasileira, atuou na chamada ala dos
“autênticos” do antigo MDB, lutou pelas Diretas Já e, depois, foi um dos
coordenadores da campanha de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, vitoriosa com
a Aliança Democrática.
Nascido
no Recife em 1938, Fernando Soares Lyra (74) formou-se em Direito pela
Faculdade de Direito de Caruaru em 1964. Após dois anos como advogado,
ingressou no antigo MDB e disputou, com sucesso, uma vaga na Assembleia
Legislativa de Pernambuco (Alepe). Compunha o setor do MDB que fazia oposição
mais veemente à Ditadura Militar.
Com Tancredo na campanha pelas diretas e com Eduardo na eleição
de Governador em 2006
Em
1970, Fernando Lyra foi eleito deputado federal, tendo renovado mandato por
três vezes - período em que se afastou do grupo mais oposicionista da sigla,
tornando-se "moderado". Foi também durante seus anos em Brasília que
se aproximou de Tancredo Neves. Com o fim do bipartidarismo, em 1980, ingressou
no PMDB. Durante o seu quarto mandato Fernando Lyra foi convidado para o
Ministério da Justiça, indicado por Tancredo Neves, de quem viria a coordenar a
bem-sucedida campanha presidencial.
Em
1986 entrou no PDT e, pouco depois, compôs chapa com Leonel Brizola na disputa
pelo Palácio do Planalto, não tendo chegado ao segundo turno. Voltou a disputar
eleições em 1990, não tendo conseguido mais que a suplência na Câmara Federal.
Seu último mandato federal se encerrou em 1998, tendo abdicado da disputa
eleitoral, alegando que seu estilo de atuação não tinha mais espaço no Congresso
Nacional.
Ao lado do ex-governador Miguel Arraes em audiência |
Em
Pernambuco, assumiu em 2003 a presidência da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) -
da qual se despediu em 2011. Deixou o órgão em função do agravamento de seus
problemas de saúde, mas nunca deixou de respirar a política local e nacional. Fernando
Lyra teve papel importante nas campanhas de eleição e reeleição de Eduardo
Campos (PSB) para o Governo de Pernambuco, em 2006 e 2010.
Fonte: Blog do Jamildo
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