terça-feira, 27 de março de 2012

Câmara aprova novo piso dos professores em meio a polêmicas


Por 5 votos a 3, a Câmara de Vereadores de Arcoverde aprovou na noite desta 2ª feira, 26, o Projeto de Lei Complementar nº 03/2012, enviado pelo prefeito Zeca Cavalcanti (PTB), que institui o novo Piso Salarial do Magistério. Com isso, os professores em início de carreira com 150h/aula passam a receberem um salário integral de R$ 1.152,00. O valor nacional é de R$ 1.089,00, portanto abaixo do aprovado em Arcoverde. Já os professores em início de carreira com 200h/aula passam a receber um salário integral de R$ 1.843,00, um valor 27% maior do que o piso nacional de R$ 1.451,00.


Os novos salários foram possível devido à incorporação da gratificação por exercício do magistério, calculada em 60% sobre o vencimento básico que era, no caso dos professores de 150h/aula, R$ 720,00. Com isso, como explicou o vereador Joel Filho (PSD), mesmo que o professor se afaste da sala de aula, seja por qual for o motivo, terá garantido o seu salário integral com a aprovação do projeto de lei. A representante do sindicato, professora Cristiane, falou durante 10 minutos tentando explicar o porquê não votar no projeto, mas fez apenas apresentar os gráficos constantes do PL e não trouxe nada de novo.

Segundo o líder do Governo e vereador do PSD, Luciano Pacheco, essa foi uma das sessões mais polêmicas e difíceis, mas que “não poderia fugir a responsabilidade como legislador e como líder da bancada governista”. Ele ressaltou que o Projeto de Lei além de incorporar as gratificações provisórias, também contou com uma emenda aditiva do vereador Joel Filho que “autoriza o Poder Executivo a conceder um reajuste de até 60% sobre o vencimento definido no Projeto de Lei para os professores em sala de aula, desde que atenda as limitações fiscais e legais que a prefeitura é obrigada a cumprir”.

Em defesa do projeto, o vereador Luciano Pacheco ainda lembrou que, de acordo com o exercício fiscal de 2011 da Prefeitura, no ano passado a municipalidade investiu 30,79% em Educação ( a lei exige 25% ); 80,45% do Fundeb foi usado para pagamento dos professores ( a lei exige 60% ) e a Folha de Pessoal ficou comprometida em 50,41% ( o máximo pela LRF é de 54% ), sendo este último item o que impediu o Governo de conceder novos aumentos salariais a categoria, sob pena de ser responsabilizado. Luciano ainda lembrou que ficou acordado entre professores, vereadores e o Governo que na 1ª quinzena de maio, todos voltam à mesa de negociação para saber da possibilidade do prefeito Zeca Cavalcanti conceder um reajuste salarial em cima do novo piso aprovado. Ainda segundo o vereador, caso a Câmara não aprovasse o projeto, o prefeito aí sim estaria descumprindo a Lei do Piso Nacional dos Professores e colocaria como motivo a decisão da Casa James Pacheco.
 
Joel Filho presidiu a polêmica sessão
O Projeto de Lei foi aprovado por 5 votos favoráveis dos vereadores Luciano Pacheco e Joel Filho do PSD; Luiza Margarida do PP, Geraldo Vaz do PMN e Niltão do PSB. Votaram contra Célia Cardoso do PR, Jairo Freire do PSB e Warley Amaral do PTB. Faltaram os vereadores Dr. Iran do PMN e Everaldo Lira do PP. Ao final, o vereador Joel Filho disse respeitar o voto do vereador governista Warley, “mas não entendia porque na reunião com o prefeito, quando se discutia o projeto, ele não falara nada contra”. Warley justificou dizendo que só votava a favor se tivesse aumento. 

No final, a votação foi questionada pela vereadora Célia (PR) porque não teria alcançado o quorum de 6 votos favoráveis, o que será decidido após parecer da assessoria jurídica da câmara no decorrer desta semana.


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